quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Retornando...

Não sei quando foi a última vez que escrevi ou estive por aqui. Acho que também não sou a única.
Vi aqui nos blogs que sigo que há postagens de até 5 anos atrás.
Me perguntei: o que aconteceu com o blogger?
Surgiu como um gênero novo e ganhou fama entre os escritores, principalmente os jovens... E hoje? O que é mesmo um blogger?
Tenho usado outros espaços, conhecido e experimentado outros gêneros, mas reconheço, hoje, aqui e agora que essa tela que agora (re)visito, me coloca numa posição que é única desse espaço.
E percebo que preciso voltar aqui algumas vezes ao longo desse ano.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Confissões de libra, por áries e sagitário.



Moça, mulher, menina
Que se pinta de tinta
Se borra e se sente mulher.

Moça, mulher traquina, que ri
que se excita e se descobre paixão.

Sua paixão é o cheiro, o jeito,
o aroma e o sabor.
Sente na cor da pele
A alma envaidece quando usa nos lábios
uma rubra cor.

Sabe guardar o encanto, sabe usar o quebranto
sabe ser por enquanto
sabe esperar o amor.

Crê no amor mais que tudo.
E mesmo quando se encanta,
seu coração não quebranta.
Nem pelo aflorar
Nem pelo fenecer da flor.

Sabe o porém e o contudo e, a deitar no veludo,
sabe ser isto tudo
anjo, fera, alma e cor.

J.C e T.E.C, 05.02.2016

Lixos sentimentais


Agora, somente agora ela poderia falar...
De um lugar, de dentro. Não mais de fora, na condição de expectadora, atriz coadjuvante de um cenário que ela mesma desenhou, co-dirigiu e  atuou.
Sai com as vestes rasgadas.
Com as lágrimas de fonte seca.
Agora, ela quer chorar, mas está tão certa de que acender as luzes de sua escuridão foi o ato mais certo, preciso e certeiro.
Ascendeu.
Ela se sentiu doente, ofendida e se viu em um lugar, uma condição, uma circunstância e uma situação incabível, insustentável.
Desnecessária.
Ela percebeu que sustentar essa escora, seria como gastar suas energias com um edifício que não construiu e jamais iria habitar.
Ela entendeu, que é rainha e soberana demais pra viver em escombros.
Ela entendeu também, que o único escombro que quer habitar um dia, e algumas vezes é o escombro da solidão que escolheu ou escolherá ter.
Ela sabe quem é.
O que provoca.
Ela sempre sabe iniciar uma história e terminar.
Ela sempre se viu, foi e será protagonista.
Ela sabe criar e juntar lixos, como toda gente sabe.
Ela aprendeu a coleta seletiva. Ela só não sabia administrar quando muito lixo se junta.
Ela administrou, várias e várias vezes.
Ela pensou em se entregar ao mau cheiro de tudo.
Ela dormiu no lixo de si, chorou suas misérias.
Ela catou seus restos.
Se refez.
Cidadã de si.
Da cidade do seu coração, ela aprendeu que lixos sentimentais serão sempre.
Sempre.
Descartáveis.

J.C, 8.02.2016.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Ressonância





Se a gente pudesse escolher o que sente, por quem sente e na intensidade com que quer sentir...
Se a gente pudesse...
Se eu pudesse!
É  difícil agora olhar pra trás e ver que fui protagonista e vilã de mim.
E esse mim que se achegou a ti,nos fez um.
Trinta dias pra reaproximar uma lacuna de sei lá quantos anos...
Uma hora pra decidir que construí um castelo que não seria meu, seu, nosso.
Poderia eu querer ser rainha de um reino que acaso não será meu?
Quer por força, por amor ou por sedução...
Ah a sedução!
De que vale ela?
De que valeu todo esse amor?
De que valeram esses dias, essas sinfonias, essa faceirice?
De que valerá um dia, umas horas...
Se o reino, o do teu coração, jamais me pertencerá?
Desculpa meu amor, sou vilã e cruel quando faço germinar desejos...
Mas sei tomar as rédeas do meu corcel Destino e sei ser Rainha de mim e do meu coração.

J.C, in 25.01.2016

sábado, 17 de outubro de 2015

Sobre o que leem de nós.

É  preciso que se diga que somos analfabetos.
Mesmo os mais letrados.
Digo isso de forma incisiva e categórica, com todas as certezas que alguém pode ter, ainda que soe ofensivo e pejorativo.
Não me refiro ao saber ler um livro, outdoor ou assinar o nome em um documento. Não, eu me refiro a "ler o outro".
Não lemos o homem que passa ao nosso lado na rua, pra ser sincera, sequer o notamos.
Não "sacamos" as pichações inscritas nos muros, bancos de ônibus...
Não lemos.

Quando ousamos  ler, ou quando somos lidos, uma verdade vem a tona: quando lemos não sabemos interpretar.
Somos colocados em grupos, guetos, recebemos rótulos e muitas vezes somos "taxados", sim com X mesmo.
Recebemos aquele preguinho que nos pendura num mural. O mural dos grudentos, chatos, perguntadores, insuportáveis, arrogantes, sensíveis, fracos, filhinhos de papai, viado, puta, sapatona... enfim uma lista enorme que seria perda de tempo descrever e esse espaço nem caberia.

Reflito sobre isso, porque percebo que sou frequentemente mal interpretada. Seja na lida, seja em relacionamentos. Pode ser que eu me encaixe em mais de uma desses rótulos, ou em nenhum.
O fato é: se o outro aponta algum defeito em mim, deve ser porque na leitura que fizeram de mim algum implícito ou explícito escapou das entrelinhas...
Nem sempre é doce ouvir coisas que nos magoam, mas é preciso perceber que pode nos ser útil.
A vida é uma constante metamorfose. E eu serei a eterna borboleta que ora é lagarta no casulo, ora crisálida que desabrocha em um belo par de asas azul-violeta e despenca-se livre no mar da vida.

Serei o que sou, até me convencer de que posso ser melhor.
Se me magoo é pelo direito de saber que tenho o direito de ser quem eu sou, e de mudar não pelo outro, mas se acaso eu me convencer de que posso ser melhor do que sou.

E decidi que quero ser.








sábado, 18 de julho de 2015

Querência nº 1

Poxa, eu queria te dizer. E disse.
Percebi que esconder esse desejo seria pior, e mesmo por saber que eu não quero ter que o realizar eu realizei num sonho.
Sabe, você entende bem que tem muita coisa envolvida e que, tudo o que um dia foi concreto hoje é só platonismo.
Tudo que eu quis.
Você se diz masoquista, porque sonhou que seria um trágico "the end" e ainda assim mergulhou em mim.
Eu sabia que ia te envolver, te amar, alucinar, levar pra atravessar uma ponte e ia de deixar no meio do caminho sozinha.
Um foda-se a opinião alheia é o que você esperava de mim.
Eu posso ser uma covarde pra você, por não assumir o que você insiste em dizer que eu sou.
E eu insisto em afirmar que isso é só amor latente em mim. Porque eu amo pessoas.
Ao menos por você foi amor e ainda é.
Os demais foram paixões & atrações.
Por hora você sabe bem: foi minha última aventura.
Eu não vou quebrar princípios pra viver fantasias.
Você tem a terra, o ar e a ausência dele quando me abraça.
Mas o desejo que tenho é da alma e do espírito, gritando juntos e bem alto: Volta, Senhor!
Porque aqui não é o meu lugar.





sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Escombros

Seria mais um dia, se não fosse aquela sofreguidão noturna que mais uma vez insistia em lhe perturbar.
Ela já não suportava mais tanta solidão, aqueles desejos infindáveis e aquela nostalgia de "não sei quem ou o quê". Ela se sentia só.
Junto com sua solidão e seu ser só, estavam atadas tranças mal feitas, nós no cabelo que há dias não penteava...
Estava se perdendo e perdendo o melhor de si e para si: o amor.
Ela queria gritar, amar, sorrir, ser alguém junto de alguém.
Queria alguém que a ligasse ao fim do dia para perguntar coisas simples.
Ela é simples, ela quer ser amada, desejada.
A vida já maltratara demais essa menina de porcelana paraguaia. Sua vida sentimental... bem, o que é mesmo que estava falando sobre ela?
Nesse frenesi de poeiras cósmicas, onde tateio seus escombros, seus dedos esfolados de tantas solidões dedilhadas, me rasgo com ela e por ela.
A fim de que ela tenha espaço, seja ouvida, lida e percebida.
Ela está entre os escombros, mas já não geme, não chora, não grita...
Ela murmura silêncios em escombros invisíveis.







sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Sinais de nós

Eu pedi respostas sobre você.

Ventos quiseram me roubar sua presença
Furtar sua essência de mim.

Uma lágrima caiu
germinou a semente plantada.

Meu choro ecoou e,
sua estridência
balançou os sinetes celestiais.

A resposta, ainda não chegou.
Creio que o carteiro não se esquecera.
Não creio que a resposta virá por mãos humanas.

Decerto... não!
Certo, virá.

Num galope,
num realejo.

Seremos.
Amores ou companheiros.

A resposta virá num galope, e nos será entregue pelas mãos.
Puras mãos
do Rei de cavalo branco.

Porque somos realeza.

Nós.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Jeito incerto

Ela estava sempre procurando uma forma de chamar sua atenção.
Algumas vezes ela ligava, outras mandava mensagens, noutras ela era ela.
Mexia nos cabelos, pintava o rosto, ou simplesmente deixava que o silêncio e uma troca de olhar falasse por si.
Ele fingia não saber de nada.
Ambos distintos, porém um traço em comum: adoravam surpreender.
Eles caminharam lado a lado umas duas poucas vezes.
Ela com seu jeito incerto e imprevisível poderia inventar uma desculpa, parar ali n meio da rua e tascar-lhe um beijo, mas não.
Seria atrevimento demais, ousadia demais. Expor-se demais.
Ela já dissera a si mesma que velhas condutas e ultrapassados arcaísmos não cabiam mais em seu jeito e trejeito.
O seu jeito, que agora era incerto, era na verdade o jeito certo que ela encontrara.
Amar se tornou um desejo, mas não se permitiria a amores platônicos ou efêmeros.
Ficadas, já não existem mais em seu vocabulário. Ela já havia colocado as coisas em ordem em sua vida.
As emoções ainda estão em ajustes, mas essa menina incerta, volúvel e mulher estava decidida a deixar sua alma livre e desprendida.
Depois da última lágrima caída ela havia entendido que amor não se cobra, é doação.
Seu jeito incerto não lhe garantia que o perdão seria instantâneo às mágoas sofridas, mas ela estava decidida que continuaria a amar, de perto ou de longe, com gestos ou não.
Ela decidiu colocar-se em primeira instância e deixar de ser instantes.
Decidiu ser.
O eterno e certo amor.




sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Vislumbre




Vejo cair o amor
vejo sair de mim
um vendaval de flor
que em setembro começou a surgir.

Ainda é primavera 
e eu sou um flamboaint
muita gente me admira
mas me importa apenas
que alguém venha me ver

Eu me mostro pra você
você finge que não me vê, mas olha

Eu quero de você muito mais que um perceber.
Usa o regador que tens
o que está em tuas mãos
e me molha.

Me encharcar com teus abraços é do que preciso
deixar o meu sorriso ser teu.

Queria que a cada pétala minha que cai, 
soasse um grito ao pé do teu ouvido.

E que cada grito, fosse não um estampido, 
mas um gemido
que quando sentido
 fizesse sentido
e te fizesse  meu amor, 
namorado, companheiro,
cúmplice e amigo.
Marido. 

Sobre soluços e soluções



Eu gostaria de encontrar uma solução imediata pra gente.
Você ficaria aqui pra sempre e eu teria você comigo todos os dias.
Poderíamos ainda fazer assim, você se renderia ao que já sente, a gente se amaria e viveria feliz até você ter que ir e decidir me levar contigo, como bagagem e com aliança no dedo.
Esse futuro do pretérito é um indicativo do que pode ser, mas ainda não é.
Talvez não seja e por isso eu prefiro não criar expectativas sobre a gente.
Mas acontece, meu amor, que a paixão mexe tanto com a gente, que fazemos planos sem papel, sem caneta e sem estratégias.
As emoções criam os contornos e entornos de nossas ações.
Tudo que tens visto e que tenho te dito é só ponta do iceberg que há em mim.
Eu na verdade, hoje reconheço que nunca soube o que é paixão.
Certa feita alguém me dissera que quando o grande amor de minha vida chegasse, eu saberia. Que meu coração não se enganaria...
De fato talvez não esteja enganada.
E se estiver?
Nunca gostei de incertezas. E você gosta de surpreender.
Seja como for, eu só te peço meu amor, que se você já souber o que sente, não exite em me amar.


Casos e Acasos #1

Olá tod@s!

Essa é uma nova série de postagens que decidi começar a postar de hoje em diante.
Sempre acabo escrevendo sobre Casos&Acasos, Venturas &Desventuras, sejam elas minhas, seja do que vejo, sinto e observo.

Seja como for, cá vai vindo mais um caso ou acaso como queiram chamar.

Apreciem sem moderação.




No meio do caminho surge um gradil. Em torno dele um muro baixo, pelo qual eu poderia pular sem muitos esforços.
Acontece que estou parcialmente debilitada para correr, pular e ando com dois auxiliadores.
Me sinto como Alice no País das Maravilhas, ou como aqueles dois jovens em Desventuras em série.
Não sei o que tem acontecido comigo ultimamente, mas ao contrário de muita gente que lê para imaginar, eu imagino para poder fazer a leitura do que há em mim.
A leitura que tenho feito de mim me faz perceber que faço literatura até ao me banhar, quando teço minhas mãos pelo corpo, banhando água, espuma e essências em meus poros.
Escrevo-me quando sonho e imagino a gente juntos em lugares que nunca fui e talvez nunca iremos, mas se formos já tenho um roteiro pensado e posso encenar todas as cenas de um bom romance. Eu como protagonista e você como mero coadjuvante.
Eu só penso, aliás pensava em você.
Continuarei pensando, mas agora o que incomoda é o gradil que surgiu no meu caminho.
Você já é paixão, surpresa e surpreendente.
Estás entre o que pode ser e não é, ainda.
O gradil é uma tranca, um portão, um acesso e uma chave.
Envelope que o Carteiro deixou em meu correio.
Envelope aberto.Encoberto de confetes.
Enquanto você não resolve fazer minha festa, dançar a valsa comigo.
Eu faço o meu Carnaval, fora de época, no meu bloco monobloco.
Onde quem sai na rua totalmente despida somos eu, a loucura e a literatura.
Enquanto não houver nós, serei eu e elas.
Serei agente, de tantas gentes.



domingo, 28 de setembro de 2014

Pra um amor que se chama justo.



Vou fazer um poema pra gente.
Prometo que vai ser diferente
e vou tentar não usar mais um clichê.

Quando um amor é diferente a gente se acha inocente
se parece com um adolescente
se acha inconsequente, sem saber o que fazer.

Eu que achava que sabia, 
que sentia e que dizia
que aquilo tudo era amor.

Acabou.
Você chegou com esse verbo resete.
estampado em seu olhos
e me formatou.

Lancei fora o que sabia.

Hoje eu sinto diferente
e penso que já sei o que amar.
Talvez seja isso, talvez seja aquilo.

O que sei é o que sinto,
tenho sido paciente e diferente de tanta gente que tem pressa em amar.

O fato é que parei na tua, 
e hoje já não olho a Lua.

Te sinto na brisa, na chuva,
me abraças com tua voz e me leva contigo
pro teu coração
toda vez que me olhar.

Esse amor se chama justo.
Porque se chama.
Deus meu juiz.

De volta ao melhor de mim.




DE volta ao melhor de mim. Ao vazio que deixei pra trás. Ao abismo que criei em meio a esse turbilhão em que me encontro.
Esqueci de me lembrar que nessas entranhas tessituras em que me encontro, me esvazio e me encaixo.
Esse novelo de palavras, turbilhão na contramão, onde escrevo e me inscrevo, onde pulso e repulso dentro de mim.
Essa escrita de antíteses em que nada sei de paradoxos, vou catando palavras pra falar de quem?
Escrevo para ?
Paro de escrever e ausento a quem?
Volto a escrever e sinto um mundo todo cheio.
O mundo que sou eu e mais...
Mais quem?
Quem?
O que seria ler senão se expor?
Se mostrar , se julgar.
Dizer isso e entender aquilo.
Soprar no vento, atingir ninguém ou todo mundo.
Nação, anão, nações qualquer um.
Vestido ou nu.
Escrever é o ler indizivelmente.

Voltei, descobri que sempre estive aqui.
Inerte em mim. Maturando.
Na amadurescência de mim.
Saí criança, voltei jovem.
Retorno velha, madura.
Ainda não caduca, mas caducando sentimentos que insistem crônicos dentro de mim.
Outrossim, outrossim.
Agora e eterno.


quarta-feira, 4 de junho de 2014

Um toque de pétala


Se eu apostasse as minhas fichas de que a tua aproximação fora fruto de aposta ou armação, estaria perdida.
Mas entre me perder numa aposta ou me render à sedução de você, me lancei nesse mistério.
Olhar pra você me deixa perplexa, insegura, bêbada e consciente de tudo o que não quero deixar de fazer.
Mas, enquanto eu falava acabei debulhando passado e descobri que sentado do lado da gente, estava alguém que sabendo de tantos fatos, agora comuns entre a gente, seria um entrave. Causaria um colapso demente.
Poderia e pode ser qualquer um, mas quis o destino que fossemos nós.
Em doses, em toques, eu vou te sentindo.
Me permitindo, enquanto o vento quiser.
Que vente muito.
Que venham furacões entre nossos corpos.
Eu quero ser a superfície que sente a pétala de teus dedos quando toca o solo.
Não importa a estação ou o tempo.
Vivo de agoras.
Amanhã, deixa pra lá.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Porque vi rios em você.

Talvez, certamente, os meus gestos de agora digam o oposto do que eu disse outrora.
Àquela primeira, e deliciosa impressão que tive de você desde o primeiro dia eu quis apagar. Associar você às lembranças de um amor antigo me fez pensar que alimentar alguma coisa seria ver em você alguém que era fruto de minhas fantasias nostálgicas.
Descobri  que não queria, e que certamente se viesse a querer não deveria. Ou seria um sentimento que não está em mim e nem em você? É, talvez. Algo que está em outrem, não é nosso, embora nos envolva; não o é.
O fato é que agora bastou um elemento. Bastaram seus olhos. Seu gosto.
Bastou a simpatia, um gesto cauteloso, uma carona-caminhada.
Bastou apenas a minha sensibilidade de ver um rio em seus olhos. Esse rio que corre dos teus olhos deságua num mar que desconheço, mas desse rio fluem cachoeiras, destas, ao ouvir o som, não resisti.
O som das águas me chama. Não sei a temperatura da água, nem a dimensão dos teus mares, mas quero mergulhar.

[...]


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Sobre uma falta, com "f" minúsculo.

FALTA. O que é isso?
Ausência de?!...
Meu corpo, meu coração meu ser querem gritar que sentem falta. Mas quando indagados, respondem que sentem falta de coisas que percebo serem velhas...
Coisas que pereceram nas circunstâncias da vida, coisas que me desfiz. Coisas que o caminhão do lixo já levou, o aterro soterrou, o vento, o tempo, os dias ... a MEMÓRIA  apagou. (#mentira,ironia e verdade)
Saudades são inevitáveis, pois vem carregadas de lembranças.
Saudades de pessoas são constrangedoras. Porque me sinto inútil ao saber que sinto saudades de um amor que poderia ter valido a pena se a pessoa valesse, se eu pudesse com minhas palavras, cartas e versos de amor fazer a visão daquele que leu tudo, captar o sentido maior de toda essência da vida...
Saber que ele valeria a pena se fosse em um aspecto diferente, faz essa falta ser minúscula.
Mas ainda assim, é uma falta.

Não resistindo a tentação, escrevo.

A frase que dá título a este post, é bem o que eu me dei conta: não adianta eu exitar, fugir, inventar desculpas. É que vivem vozes gritando cá dentro de mim, pedindo pra eu falar ( e olha que e falo pelos cotovelos), quem me conhece bem, sabe bem como sou.
Acontece que tem coisas que devem sair da oralidade e precisam ficar registradas. Parece uma missão essa coisa de escrever.
Obrigação, também o é, pois um dia quando eu morrer, isso tudo vai servir pra alguma coisa. Seja o que for agora, serve. Serve pra mim que escrevo e desabafo como uma espécie de terapia e pra quem lê, ou alguém que anda caçando blogs, enfim, SERVE!
Chega de tentar justificar essa escrita.
(...)
Eu tenho estado tão plural ultimamente, que essa escrita é mais uma tentativa de tentar falar um pouco disso, mas acho que é pretensão demais minha querer definir tudo que tem acontecido, porque é tudo muito bom.
É uma montanha russa, segurando nas asas de um anjo.  
Ficar mais velha é uma sensação estranha e gostosa. Os dias passam mais rápido, e eu sinto uma vontade enorme de fazer um monte de coisas, mas acordo cedo e cedo o sono me toma, às vezes com o celular na mão, às vezes com um livro, às vezes no ônibus a caminho de casa.
Durmo. Acordo. Vivo.
E essa vida que vivo agora, tem sido algo muito, mas muito mais sobrenatural do que poderia experienciar.
É bom ser de Deus, estar Nele e saber que " todas as coisas cooperam para o bem daqueles que O amam".

domingo, 3 de novembro de 2013

Parabéns! Você conseguiu.

Parabéns! Você conseguiu. Sinta-se vitorioso por conseguir desfazer um sentimento, por acabar com alguém por dentro e nem sequer se desculpar.
Parabéns, por conseguir forjar um sentimento.
Por se vingar em tantos momentos, por uma falha que dissera perdoada.
Parabéns, por ser pior que eu.
Por fingir gostar, ter prazer, querer.
Se um dia você quis alguma coisa, hoje já não sei. Agora já não quero.
Mas isso agora pouco importa, estou indiferente a você e a tantos outros.
Tesão não me comove, lágrimas não me convencem e um olhar 43 não mais me abala.
Me movimento por outros lugares, caminho em outra direção.
Se um dia meu caminho cruzou com o seu, saiba que agora qualquer atalho que leve ao lobo mau, é melhor do que ter o desprazer de ter que te ver.
O que um dia tanto eu quis, hoje nem desprezo, nem odeio.
Ignoro. Silencio.
Mas, se ainda eu puder te fazer um pedido será esse: me favorece com tua ausência.
E, parabéns! Você conseguiu.

Sobre homens-carrapatos.

Ela imaginava que ele ficaria para sempre entranhado em seus poros, como um parasita, que se apoderara dela e dali jamais sairia.
Um dia o carrapato, que ali se alojara no corpo daquela cadela, quando perguntado sobre se aquele animal era uma cadela, o carrapato respondera:
 - Não é uma gata.
- Ora, carrapato. Você me consome, me usa, me suga, sorve-se de mim e nem sequer tem coragem de assumir que suga uma cadela!Fora hospedeiro.

Pode parecer uma metáfora muito louca, nojenta ou até mesmo estúpida, mas é a forma asquerosa que às vezes encontramos de nos referir à algumas pessoas. Essa talvez tenha sido a melhor forma de encontrar o ponto ápice do desapego. Ela teve de perceber, que o seu sangue, seu suor, seu amor não tinham valor para àquele carrapato. Pior agora ela se convenceu de que seu sangue vale muito para carrapatos.
Sobre parasitas ela prefere não pensar mais. Isso é uma decisão.

sábado, 14 de setembro de 2013

Sobre as coisas que descobrem da escrita gente.

Na véspera daquele encontro, eu fui convidada a fazer a minha classificação vocal no coral; meio rouca e com um receio frenético de não ser mais uma vez posta na posição de soprano, fui.
Tive a sorte de ser a primeira, e de ser novamente soprano.
Olhei no relógio, decidi ir. Cheguei atrasada.
Naquele momento, em meio a tantos textos, não me preocupei com o que pensariam a respeito do meu. Não me julguei. Apreciei os demais.
Ao pôr do sol, me pus a escrever. Falar de estações.
Lembrei de minhas paixões, criei ou reconheci uma tal mulher-rubra, não sei ao certo.
O instante dessa leitura, foi eloquente.
No meio de tanta gente, vezes e voz, uma estalou. Falou de minha escrita confessional.
Percepção fatal.
Eu que escrevia, sem imaginar que nunca perceberiam. A...
Primeira pessoa.
Eu.
Latente em meus versos, malditos verbos! Linha azul de minhas costuras.
Casa de meus botões.
Terceira pessoa.
Ela, que ora é Capitu, oblíqua e dissimulada, ora é.
O nosso rosto no espelho dos outros, é assim nossa escrita no inaudível mundo-leitor.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sobre entrances e nuances.

Hesitei em escrever, mas o desejo de poder deixar vir à tona o que se segue foi maior que minhas vontades absurdas. Isso já é um absurdo.
Eu não me sinto menor, por nada do que você me disse, se você for tão esperto quanto quis se mostrar, mais uma vez, você vai perceber que houve drama. E que eu fui bem irônica, quando disse que bebi seus aprendizados de canudinho.
Posso não ter bebido você, nem sua absoluta vodka. Pouco me importa.
Seu jeito às vezes, esnobe, bipolar e eloquente, me fez ver um lado obscuro e alguém que às vezes emerge em mim.
Imersa nesse mar que eu procurei, não foi novidade para mim nada que você causou, por uma busca minha.
Tão pouco me importa o que você acha do destino, afinal ele não precisa de nossos achismos, ele é um Ser.
Seu machismo foi só mais um.
Você poderia ter sido só mais um. Você, não pense que se poupou.
Não vai me fazer achar a mulher fácil, dizendo que eu forcei a barra.
Sou do tipo obstinada. E uma porta na cara, não é novidade, não foi e não será. Nem com relação a relacionamentos, nem com relação a nada.
Eu vou, faço, consigo ou não, no final eu aprendo.
Entende, hanney?! Do you understend?!!!
Você já é um personagem, desde o dia que eu quis que você fosse. Pode ser que você nunca seja real. Eu nunca quis, afinal me encantei pela sua ficção.
Você sempre foi uma. Eu sempre soube.
Não forcei a barra. Forcei uma ficção.

Kisses.


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Um sussurro na multidão.



Foi mais um dia como os outros. Seria, se ela não estivesse se sentindo de maneira tão avessa à forma como acordou.
Quando abriu os olhos, ela pensou nele, pensou em Deus, fez sua prece matinal, cantou seus louvores.
Produziu.
Divagou pelas ruas, viu pessoas, teve misericórdia do mendigo.
Ela não estava infeliz, só não se sentia amada.
E isso lhe fazia falta. Tentara se convencer de que não carecia de afeto de homem nenhum, que os livros, leituras, estudos e friendship lhe bastaria, mas... o dias iam e viam, e ela sentia falta...
Daquele arrepio que se sente, aquele perfume que fica grudado.
Disso ela tem falta.
Ele confabula sozinha, ela fala a si e a ninguém. O que ela sente só ela entende. Anormal.
Anomalia maldita essa solidão!
São só desejos, devaneios e sussurros que ninguém vai ouvir.
O amor não quer ouvir.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A UM ESTRANGEIRO



Não sei bem ao certo quem és.
Nem como vim para nesse convés.
Me encontro aqui, onde você está.

Gostaria de poder te receber em minha sala agora,
e te servir alguma coisa,
fazer as honras da casa.
Gosto de receber bem, os que me visitam.

És um visitante, e és estrangeiro.
Demoras ou está de passagem?

Espero que não tenhas pressa, a vida é breve
a alma é vasta.

Basta você se permitir,
já nos encontramos.
O destino já fez a parte que lhe competia.
Estou tentando fazer a minha.
Mas uma insegurança me deixa aturdida,
a incerteza do se, a insegurança do quando, o receio do até.

A maré está alta, não deves ir.
Quando estiver baixa, fique ainda...
Vamos ver o sol beijar o mar.

Querido Senhor R.




Queria te dizer tanto agora Senhor R. Tanto nessas palavras, tanto no meu olhar. Muito no meu abraço e o essencial em um gesto.
Te colocar em meus braços e te trazer a sensação desse perdão, que embora não me tenhas pedido, de coração já te foi concedido.
Devo sentir por ti, algo que transita entre o amor e amizade, e o fato de serem sentimentos tão irmãos, me fazem querer estar contigo, e ainda que eu tenha instaurado essa lacuna entre nós, e sabemos o porquê dela, a todo tempo te trouxe comigo... Na lembrança, na ausência do livro dado, em flashes de memória.
Nos meus escritos, percebi que me torno o que gostaria de ser pra você: esse ser genial. Você me adjetivou, ainda que na escrita de uma forma tão singular. E o teu afeto à minha escrita me afetou de fato. Assim como um dia fui afetada pela tua. Depois, aos poucos por você.
Seja um platonismo ou não tudo isso que sinto por você, me serve como combustível, pois sempre me lembrarei de algum dia, entre esfihas e conversas, entre papeis e confissões senti na minha alma, numa palavra, uma simple palavra um elogio descomunal.
Senhor R, você pode não ser tudo que anseio, mas o que se permite ser em minha vida já me faz um bem, que estou aprendendo a administrar.


P.S: És sublime. E para isso ainda não tenho definição, mas de fato, para mim tu és.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Brincar de ser garoto.

Gostaria de economizar minhas palavras com você, porque às vezes me vem na ausência de suas respostas uma raiva de mim por te querer.
Me vejo tripartida entre o querer, o desistir e o persistir. Oscilo entre o primeiro e o último.
O que me faz te querer, confesso que às vezes nem eu mesma sei. 
Fui desnorteada por uma forte reminiscência do passado, enquanto via vocês saborear um cerveja bem na minha frente.
Você dizia as coisas com tanta naturalidade e eu ali, feito boba, anestesiada, me perguntado se você era real.
Agora me dei conta, de que ainda estou zonza com tudo isso.
E, como o efeito "borboletas nos estômago" que você deixou vai e vem todos os dias, eu fico assim me dividindo entre o que quero, o que devo e o que não mais exito.
Nunca exitei muito, nem com você, nem com ninguém. Com nada. Sempre fiz o que achei necessário e o que quis  fazer.
Não saberia listar, quiçá nomear bem as coisas que gosto em você, mas se for pra falar do que já não gosto uma palavra traduz bem: jogo.
Jogar de ser garoto? Isso não me convence. Se fazer de inocente, pode até despertar minha libido, meu rapaz.
Mas não se faça, de garoto.
Seja homem pra dizer o que não quer.
Não há coisa pior do que um homem, que tenta, mas nem sequer sabe ludibriar uma mulher.



Crise de abstinência verbal?!?

Por que às vezes se torna tão difícil externar o que pensamos ou sentimos?  Prefiro quando sou invadida pelas enxurradas, que invadem-me as costas e penetram meu estômago, permitindo-me eliminá-las de uma só vez.
Odeio esta cegueira, na qual agora estou, que me obriga a ficar tateando letra por letra, esmiuçando e escamoteando palavras, pra dizer pouco do muito que agora está aqui, me torturando.
Um verso não serve, queria uma prosa dilacerante e comprida.
Talvez, esteja sendo eu um sótão vazio, que precisa do sol. A estante, está empoeirada.
Alguns livros já não sei quanto tempo faz que os li. Alguns ainda estão lá, abertos no último capítulo que li.
E essa abstinência que não cessa?
Teria sido eu invadida pelo vazio do vazio?

sábado, 6 de julho de 2013

Poema no cais.

Queria fazer um verso, em que você coubesse.
Queria ter na mão, uma flor que você me desse.
Um bilhete, num pedaço de papel.

Eu queria aquele abraço, intenso, corrido,
desenlaçado.
Aquele, no qual você me enlaçou.
Meu coração não disparou,
parou.

Parou meu pensamento, 
senti você num só momento.

Tempo. Espaço.Estação.

Desprezo, desejo.

Vem e me convence, de que não precisa pressa.
Mas não me deixa nessa, 
incerteza.
Me traz uma estrela, numa noite de lua
Me deixa ser tua.
Me dá teu querer.